segunda-feira, 14 de maio de 2012

Táaaa

"Viva as válvulas de escape, que lamentavelmente não gozam de boa reputacão. Não sei quem inventou que é preciso ser a gente mesmo o tempo todo, que não se pode diversificar. Se fosse assim, não existiria o teatro, o cinema, a música, a escultura, a pintura, a poesia, tudo o que possibilita novas formas de expressão além do script que a sociedade nos intima a seguir: nascer-estudar-casar-ter filhos-trabalhar-e-morrer."

Martha Medeiros

"Desmediocrize sua vida. Procure seus “desaparecidos”, resgate seus afetos. Aprenda com quem tiver algo a ensinar, e ensine algo àqueles que estão engessados em suas teses de certo e errado. Troque experiências, troque risadas, troque carícias. Não é preciso chegar num momento limite para se dar conta disso. O enfrentamento das pequenas mortes que nos acontecem em vida já é o empurrão necessário. Morremos um pouco todos os dias, e todos os dias devemos procurar um final bonito antes de partir".

Martha Medeiros


"Para tratar quadros de ansiedade que nascem do excesso de trabalho e de uma longa permanência na selva de pedra, escapadas de dois ou três dias para a natureza podem ser mais eficientes do que a ingestão de medicamentos.

Ao sentir o cheiro de terra fresca, o ar limpo e o silêncio, que só é quebrado pelas pequenas criaturas ao redor, reencontramos nossa essência por tanto tempo abandonada.

Como diz Nietzsche, na cidade precisamos representar um papel porque estamos muito preocupados com o que pensam de nós. Mas, ao voltar à natureza, podemos nos dar ao luxo de sermos nós mesmos. Não precisamos nos vestir bem, falar ou atuar de maneira especial. Basta nos deixarmos levar pelo mundo natural em direção ao nosso interior, onde um manancial de tranquilidade nos espera".


Do livro "Nietzsche para estressados"

Eu

Estou tentando me encontrar, no meio dessa coisa toda. Quando a gente mexe muito com o que tem dentro da gente parece que dói a cabeça, as entranhas, a mente. Confuso. Sim, siiimm, claro que sei que tudo passa, e essas paranóias tem hora  pra acabar; que a maioria é loucura da minha cabeça, aquela velha mania de não acreditar na minha própria capacidade. Energias que a gente deixa entrar. Coisas ruins que a gente permite que se aproximem. E meu bom e velho problema de auto estima. Conto os dias pra abandoná-lo, mas tem dias que ele volta e toma conta. Como pode né?! Mas ele devora tudo. Tento não dar espaço, mas nem sei, será que não devo dar espaço mesmo?! Será que não tem nada lá dentro gritaaando. Será que ouvir até o fim não trará uma solução? Estou no meio de um monte de 'não-sei'. E enquanto amanhã não chega a gente fica ai,  perdida nesse monte de porcaria que a gente deixa entrar na cabeça (ou será que já estavam lá?). E o mundo continua rodando, e tudo funcionando (ou não tanto). E um dia após o outro vou tentando me encontrar. Tomara que um dia consiga. Não é bom viver perto da boca do leão. Cansa. Pressão só é bom pra botão.

Dentro de mim moram muitas pessoas. De todos os jeitos. Uns quase me enlouquecem. Depende o dia me tiram do eixo e me levam a lugares que achei que jamais seriam habitados por mim. Acho que tá na hora de ser só eu. Esse monte de 'eus' ai. Quem sabe um dia me sinta em casa com algum deles. E que se exploda todo mundo. Decidi me preocupar mais comigo mesma do que com os outros. E isso começa hoje. Decidi me dedicar ao que me faz bem, antes do que me dedicar ao que faz bem aos outros. Se não minha vez nunca vai chegar. Cada um que corra atrás do que quer. Por si. Hora de escutar a mim, aos meu sentimentos. Eles que importam pra mim primeiro.

Cheeegaaa agora!

Qu& ConFUsã0!

Então, cá estamos nós. Inteiros, à vista dos outros. Por dentro, a que se diga, um pouco amassado, batido, desmantelado.
Sempre se tem q esconder as dores dos outros, se não elas tomam uma dimensão imensurável. É o que dizem, mostrar fraqueza é imperdoável, tem que aguentar no osso. Não se pode deixar-se magoar por 'qualquer coisa', e muito menos se abater.

Não sei até que ponto estou fazendo as coisas do jeito certo, se é que há um. Acho que o jeito certo, pra agradar todo mundo, é muito difícil. Talvez nem aprendi, ainda, a agradar suficientemente a mim mesma. Tarefa árdua essa.

Entre o sim e o não há um abismo. Entre o ser simpática e negar a si mesma. Entre sorrir ao outro que te fere e dizer que não foi nada, e chorar escondido depois. O nada de uns é um mundo pra outros. Não é porque algo é sem querer que não machuca. Sem querer, afinal, muitos foram feitos. As consequências sempre existirão. Não dá pra negar.

Tem coisas que temos que implodir, explodir, falar; se não elas fazem uma bagunça tão grande dentro da gente que a gente nem sabe mais quem é. Eu tô me procurando. Às vezes a gente pensa se vale a pena agir no bem. Mas isso é uma conquista interna. E nisso que temos que pensar nesses momentos. Ninguém sabe verdadeiramente das tuas chagas. E julgar é muito fácil. O melhor é ser quem a gente é, sem pensar nos outros. Acho que ando pensando muito nos outros. Quero tanto bem aos outros que esqueço de fazer bem a mim mesma. Mania de não ser egoísta.

Que desafio pessoal que eu tenho. Tenho muito a crescer, meu espírito requer mais investimento que qualquer outra coisa na minha vida. Não quero desencarnar com uma dívida tão grande, um fardo que terei que, novamente, pagar ao retornar. Quero ter mais pontos a favor do que contra. E por mim, só por mim.

Olha pra trás na tua vida e vê o quanto já cresceu, amou, se alegrou. E encara o presente de se sentir tão perdida em si mesma. A conclusão, que já cheguei a algum tempo, é a de que temos que nos sentir bem com a gente mesmo. Dinheiro, família, trabalho, amor, fazem parte do pacote; mas primeiro é a gente mesmo, individualmente, bem dentro. Onde dói, onde dá o riso, onde tem ferida, e onde toca o coração.

Por mim que vale a pena lutar. Acho que ser egoísta é que é bom.