terça-feira, 6 de março de 2012

Sobre 'o mudar' e o 'FIB'

Lourenço:
“Ninguém entra num mesmo rio uma segunda vez. Pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras. Foi um filósofo grego que viveu no século V AC (século quinto Antes de Cristo), Heráclito de Éfeso, quem fez essa formulação que até hoje nos fascina: ‘o fluxo eterno das coisas, é a própria essência do mundo’, apontou Heráclito.
E se ainda hoje ficamos espantados com isso é porque nos apegamos teimosamente ao que já passou, esperando no fundo que tudo permaneça igual.
Então, é necessário um filósofo da antiguidade ou um escritor contemporâneo pra nos fazer entender que nada é permanente, a não ser a mudança.
Olha só, eu separei aqui um trecho do ‘Grande Sertão’ onde o Guimarães Rosa, fala um pouco sobre isso, olha só que beleza:
“O mais importante e bonito do mundo é isto, que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando, afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou...”
Não é incrível?
O filósofo flagra a fluidez e o escritor se maravilha com isso.
“É o mais bonito da vida”, diz Guimarães Rosa.
É uma celebração do movimento, não é um lamento. O tempo não pára. E isso é belo. Então, semana que vem, nós nos encontraremos aqui, e eu serei outro, e vocês também.”

(Personagem de Leonardo Medeiros, Lourenço, novela "A vida da Gente" - Autores: Lícia Manzo/Marcos Bernstein)










Adotado no Butão, índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) ajuda na busca por um novo modelo de avaliação

O exemplo integra os esforços para que o mundo adote índices menos materialistas e mais sustentáveis para avaliar o seu desenvolvimento

Guilherme Mazui


Entenda o FIB
O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) nasceu em 1972, no Butão, elaborado pelo então rei Jigme Singye Wangchuck, com ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O FIB entende que o objetivo de uma sociedade não pode ficar restrito ao crescimento econômico, mas deve integrar finanças e qualidade de vida. Sua avaliação é feita em cima de nove dimensões.

:: Bem-estar psicológico - Avalia o grau de satisfação e de otimismo que as pessoas têm em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem taxas de emoções positivas e negativas, analisam a autoestima, sensação de competência, estresse e atividades espirituais.

:: Saúde - Mede a eficácia das políticas de saúde. Usa critérios como autoavaliação dos serviços oferecidos, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercícios, sono, nutrição etc.

:: Resiliência ecológica - Mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo etc.

:: Governança - Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.

:: Padrão de vida - Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, a qualidade das habitações etc.

:: Uso do tempo - Apura como as pessoas dividem seu tempo. Leva em conta as horas dedicadas ao lazer e socialização com amigos e família, além de tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais etc.

:: Vitalidade comunitária - Foca nos relacionamentos das pessoas dentro das suas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, além das práticas de doação e voluntariado.

:: Educação - Leva em conta fatores como participação na educação formal e informal, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, ambiente etc.

:: Cultura - Avalia as tradições locais, festivais, participação em eventos culturais, oportunidades das pessoas para desenvolver capacidades artísticas, além da discriminação por religião, raça ou gênero.
ZERO HORA








Não é uma boa?!

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