quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Coisas mil

'É você quem deve colocar as coisas nos devidos lugares? Os devidos lugares são os lugares certos? Nada como propor mais dúvidas na cabeça questionadora de um virginiano... Ponha os pés pra cima, tome um refresco e deguste o momento. Às vezes, sabedoria é deixar tudo como está'. (Amanda Costa)


'Minha mãe segue firme e forte, paparicando netos e neta. Meu pai segue firme e forte na minha lembrança. Gostaria de sonhar mais com ele. Raramente sonho. Sonho muito que estou nadando. É tão bom, no sonho, que preferi não aprender a nadar. Para evitar decepções. Duvido que seja tão bom na vida real. Me basta o sonho. (...) 

Se tem alguém aí prisioneiro da melancolia-banzo-spleen-blues que costuma pintar no fim dos ciclos, achando que seu futuro não vale uma moeda de 11 centavos, deixo meu especial abraço. Enquanto abraço, sussurro: "Vale muito mais!" (...)

Já passei Natais muito alegres e muito tristes. Eu olho nos olhos dos anjos que sobrevoam as árvores enfeitadas nos shoppings apinhados de gente estressada e... não acredito nessa bondade toda. Nem em toda essa maldade. Como diria minha tia Hildegard: a sopa nunca é tão quente quanto a fumaça faz parecer.   Em algum ponto entre quem acha tudo beleza-massa-delícia e quem acha que não-tem-mais-volta-estamos-indo-a-pique, deve estar a verdade. Se é que ela existe. Se é que é uma só.

Então... curto e grosso; simples e de coração: Feliz Natal'!
(Gessinger)

*Claro, claro, Amanda Costa; falar é fácil; eternamente virginiana e eternamente me perguntando a respeito de tudo. E até que me provem o contrário, questionadora até o fim!

*Obviamente, lembrei de mamis; diferentes momentos, diferentes situações, mas sempre lembrada. Sim sim. Repetitivo né?! Mas é que tem dores, ou melhor, saudades que são isso: sempre saudades! 

*Fim dos ciclos, claro! Natal, Ano Novo, convencionado mundialmente como 'fim do ciclo'; como sempre, coisas ganhas, coisas 'perdidas', sentimentos alimentados, ralados, usados, queridos e sem absolutamente nenhuma lógica (ou será que a lógica é simplesmente sentir?). 

*Vale muito mais? Vaaalee! Certo que vale! A vida vale mais, a gente vale mais. E sempre, olhando pra trás e vendo a vida que soubemos e pudemos fazer, a sensação é a de que evoluimos, e de que valeu cada segundinho, cada ajuda que demos, cada momento que compartilhamos. Que o Fernando Pessoa tá certo sim: 'Tudo vale a pena se a alma não é pequena.' E sempre valerá.

* A verdade... não sei. Já quis tanto encontrá-la... mas talvez seja isso: um eterno reconstruir. Busquei as minhas verdades, mas até estas são impermanentes. Continuo buscando... acho que também faz parte do 'não se matar por dentro', não morrer as esperanças. Há de se continuar buscando alguma coisa, e que seja boa. E, se não for, que se torne boa no decorrer do caminho. E se ainda não, que pelo menos o caminho tenha gosto, cheiro ou jeito de algo bom. Pra salvar o dia, pra salvar alguém. Tem tanta gente perdida por ai né? Perdida de esperança, de vida. Tão murchinha! Tanta gente que precisa de um sorriso, de um abraço, de uma palhaçada, né gente?! Acho que esses ainda são os melhores presentes, o que se pode dar a alguém que não é palpável, que não é matéria, mas que muda o mundo, que muda a vida, que brota de novo um 'querer viver' em alguém.

* Os meus maiores ganhos deste ano tem a ver com tudo que me aconteceu, inclusive materialmente. Mas eles se remetem, e se refletem muito fortemente no que eu penso sobre a vida, no que eu tenho de esperança, e no que eu acredito em todo o mundo. É bom sentir, de novo, que o bem ainda é o meu caminho. Que me faz bem. Que me faz humana. Cheia de erros, e cheia de vontade de melhorá-los. E que o bem tem sim, reconhecimento. Que não é regado de elogios todo dia, mas que as pessoas veem, e sentem quem tu é, sem precisar forçar tanto a barra, sem precisar demontrar o que não se é, ou o que não se tem. Basta se permitir conhecer as pessoas, e permitir que os outros te conheçam. Às vezes aquele à quem julgamos tão equivocadamente só precisa de um gesto de carinho, pra se mostrar bom e mau, racional e sentimental, lindo e feio. Como todos nós. Ambíguos e perfeitos em sua complexidade.




Então é isso sim!
Feliz Natal! Ho ho ho


E Paulo Coelho escreve: 'E meu anjo disse: começe a caminhar, para que eu possa começar a abençoa-lo.'

A caminhada apenas continua! Se for pra mudar, que seja pra melhor!

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