domingo, 23 de outubro de 2011

Família

Incrível.
A vida hoje me deixou de queixo caído, coração aberto, lágrimas nos olhos e uma sensação de pequenez e ao mesmo tempo de grandiosidade.
Tem coisas da minha infância que até hoje não consigo visualizar. Ter perdido a mãe tão cedo. Meu padrinho que também não me lembro. O vô com sua constante alegria, depois a vó também. A gente, por vez ou outra fica triste, pensando nos caminhos que levaram os queridos a irem dessa pra melhor. Crescer sem um abraço da mão, que não há quem substitui, doeu hoje. Doeu porque meu único tio veio aqui. O único, de 4 irmãos, que ainda vive. E tu consegue ver as marcas disso tudo no olhar dele. Mas consegue ver também, semelhanças com seus avós, talvez com sua mão, e consigo mesma. Como ele disse, é uma ferida que tá sempre aberta. E foi o que eu senti. A ferida tá ali, não dói, porque você vai vivendo, tem suas alegrias, e não lembra das coisas tristes. Mas elas permanecem; assim como as boas. Em mim, e se me perguntam porque pareço quase sempre de bom humor e feliz, respondo que é porque luto todos os dias pra que eu possa fazer uma história com menos perdas. Que se perca tudo que for inevitável, mas se mantenha as coisas boas. Tenho minhas dores, que são sim, ferida aberta. Mas tenho minha alegria, e um sorriso no rosto, e um abraço sempre pronto, e uma esperança de algo bom, de luz.
E ai, entra o espiritismo, que me fez ver que somos seres eternos, e produzimos a todo minuto tudo que acontecerá conosco. Que não há vitimas, que sempre poderemos avançar diante das dificuldades. E que a vida, é sim, e pode ser pra mim, pode ser pra ti e pra todos, bonita.
Consigo entender o porque de certos comportamentos. E talvez isso me deixe, afinal, um pouquinho mais leve. E de novo, e sempre, com a certeza de que um dia vou encontrar a todos e dizer como senti saudades dos momentos que não tive. Mas sei também que se assim aconteceu, Deus permitiu, e temos algo para aprender. Que eu possa aprender o que devo, e que nosso encontro seja cheio de luz. Fiquem todos na paz. E obrigada por quem eu tenho hoje na minha vida. Sempre se pode distribuir o amor para quem ficou.

Amor,
Drica

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